domingo, 13 de setembro de 2009

Renunciando um amor

Em uma atitude subitamente inédita, disse a mim que não me amaria mais. Cansada de sofrer por amor e não suportar amar tanto, como me amava, decidiu renunciar o mais simplório dos sentimentos do ser. Arrumou as malas e disse que sairia para bem longe dali, que não me veria mais e não queria que eu fosse atrás dela. Suspirei em seu ouvido melodias de amor, mas foi inegável a sua reação, deixando-me atônito e murmurante diante da situação. Findara o meio-dia, ela partiu com lágrimas nos olhos, deixando a casa que morava. Desceu as escadas sorrateiramente, decidida a impelir aquele amor, que a aprisionava junto ao meu ser. Tomou o ônibus e foi para a casa de seus pais. Chegando em seu destino, a mãe recebeu-a espantosamente. Ela havia dito que não voltaria pra mim mais, pois havia renunciado o ato de amar. Hospedou-se na casa dos pais e começou a viver uma vida, à qual não era dela. Os dias se passavam e ela observava a porta e o telefone, esperando que eu viesse à sua procura. Cada minuto e dia que se passava, era um tormento para ela naquela casa. Eu não dava notícias e nem procurei-a, pois ela quem me impediu de demonstrar meu amor, e se caso quisera renunciá-lo, não poderia continuar alimentando-o. Um mês se passou e ela em sua situação deplorável de murmúrios, confessou a mãe que não poderia lutar contra o sentimento guardado em seu peito. Ajoelhou aos pés de sua genitora e pediu perdão a todos os desgotos que trouxera. A mãe, comovida com tal ato, aconselhou-a a voltar para o amado e não renunciasse o amor que trouxera consigo. Envergonhada e arrependida, resolveu arrumar a mala e voltar novamente onde morava. Antes de chegar ao seu antigo destino, passou em uma igreja e resolveu entrar e compartilhar a emoção com as graças divinas celestiais. Diante da imagem de Nosso Senhor, pediu perdão por não compreender o amor que sentia e se caso machucara, é porque continha dentro de si, o mais puro e sincero amor por um homem. Ao chegar em casa, não encontrou-me! Apenas um bilhete que deixei com dizeres: VOLTE PRA MIM, PARA QUE EU VOLTE PARA VOCÊ! e junto a ele haviam rosas vermelhas e um encorpado vinho! Como estava confusa com tal cena, resolveu lavar os olhos e enxugar as lágrimas que eclodiram dos sentimentos do coração. Ao terminar de se lavar, surgi diante dela abraçando-a por trás, e dizendo o quanto tive certeza do seu retorno aos meus braços, os quais pereceriam frios durante o tempo de sua ausência, mas que agora teriam vivacidade e paixão com o seu retorno!

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